Edit Template

Entre sermões e contracheques: o teatro de Márcio Jerry

Durante meses, o deputado federal Márcio Jerry fez da moralidade pública seu cavalo de batalha, apontando o dedo para o governador Carlos Brandão com acusações sobre “familismo”, “nepotismo” e outros termos que soam bem quando saem da boca de quem se diz ético. Mas o que ele esquecia de contar era um pequeno detalhe: o próprio irmão dele estava nomeado no governo do Estado. Isso mesmo. Enquanto ele distribuía sermões em rede social, o contracheque do parente seguia firme, assinado pelo mesmo governo que ele fingia combater. Hipocrisia pouca é bobagem.

E não para por aí. Quem tem memória lembra que, no governo Flávio Dino, Márcio Jerry não só nomeou a esposa, mas fez dela secretária. Agora me diga: quando é da família dele, é “comprometimento técnico”; quando é dos outros, é escândalo. Parece piada pronta, mas é só o retrato cru da incoerência. A velha máxima se aplica: “Faça o que eu digo, não o que eu faço.”

O afastamento recente do irmão de Jerry do governo é mais um capítulo dessa ópera bufa da política maranhense. Demorou, mas veio. E se o governador errou, foi por excesso de paciência. Porque manter no governo alguém cujo principal porta-voz é justamente quem está cavando o buraco é como alimentar o lobo achando que ele vai virar cachorro de guarda. No fim das contas, esse episódio só revela aquilo que o povo já sente na pele: tem político que acha que o palanque é um altar, quando na verdade é só palco de vaidade.

Compartilhe essa notícia!

Veja mais notícias!

Email: contato@opiniaoma.com.br

opiniaoma© 2024