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Othelino, o estigma da traição política e o sinal de “Adeus, Camarão!” [vídeo]

A trajetória política do deputado estadual Othelino Neto tem sido marcada por movimentações estratégicas que às vezes ultrapassam os limites da lealdade partidária e de alianças firmadas. O episódio mais recente dessa trajetória gira em torno das declarações feitas por ele na Sessão Plenária de hoje, quando sinalizou uma possível aproximação com o atual prefeito de São Luís, Eduardo Braide.

As palavras de Othelino, ao afirmar que “vamos conversar com o prefeito Eduardo Braide no momento oportuno sobre candidatura, claro, vamos conversar!”, acendem uma luz de alerta no cenário político maranhense e evidenciam um padrão de comportamento que já se repete há algum tempo: sua habilidade — ou vulnerabilidade — em transitar entre grupos políticos, sempre com vistas ao fortalecimento próprio.

Nas últimas eleições para o governo do Maranhão, Othelino Neto foi notoriamente um dos grandes defensores da candidatura de Weverton Rocha, seu então aliado político. Com convicção e discursos efusivos, o deputado ergueu a bandeira do pedetista e tornou-se peça-chave na campanha dele.

No entanto, o interesse mudou completamente quando lhe foi oferecida uma contrapartida mais vantajosa: garantir à sua esposa, Ana Paula Lobato, o posto de suplente do então candidato ao Senado, Flávio Dino. Othelino, em um movimento que surpreendeu até seus aliados mais próximos, retirou apoio a Weverton e declarou aliança ao atual governador, Carlos Brandão.

A troca surtiu efeito. Com a vitória de Carlos Brandão, Othelino Neto rapidamente se alinhou ao atual governo, ocupando espaço no círculo da nova gestão, obtendo inclusive estrutura de secretaria de estado. Contudo, fiel ao perfil de quem se move com o vento aparentemente mais promissor, ao seu ver, o deputado tratou de deixar o barco governista tão rápido quanto entrou.

Na Assembleia Legislativa, passou a adotar tom de oposição ao governador, mirando em um novo cenário: o potencial afastamento de Brandão para concorrer ao Senado, o que abriria as portas para o vice Felipe Camarão assumir o comando do estado.

Othelino tinha o cenário ideal em mãos: com a possível saída de Carlos Brandão, Felipe Camarão teria todo o espaço para assumir a cadeira governamental e fortalecer seu nome no campo político estadual.

No entanto, as movimentações e articulações de bastidores do deputado também acabaram por minar a confiança e a estabilidade desse cenário. Othelino foi visto como um dos responsáveis por incitar divisões e desestabilizar a base governista, contribuindo para que o próprio Brandão decidisse continuar no cargo.

Com isso, as chances de Camarão assumir o governo caíram por terra, deixando o vice-governador politicamente fragilizado e possivelmente fora de qualquer disputa relevante, ao menos no futuro próximo.

Agora, com Felipe Camarão praticamente eliminado do jogo, Othelino já dá sinais claros de que pretende abandonar o projeto ligado ao vice, repetindo um padrão que se tornou sua marca registrada.

O novo flerte de Othelino Neto é com Eduardo Braide, atual prefeito de São Luís e nome com potencial para a disputa ao Governo do Maranhão. Na Sessão Plenária de hoje, a declaração do deputado indicando que “vamos conversar com Eduardo Braide” alimenta rumores sobre uma possível aliança com o prefeito, ainda que este seja visto como um adversário natural dos grupos de poder com os quais Othelino já esteve associado.

Essa movimentação cria um novo capítulo no histórico de traições que rondam a trajetória do presidente da Assembleia. A declaração é nitidamente vista como, no mínimo, uma tremenda falta de respeito ao vice-governador Felipe Camarão, que ainda se considera vivo.

O comportamento de Othelino Neto não age apenas contra aliados, mas também contra sua credibilidade. Para muitos, ele é visto como um político habilidoso em ler os ventos no tabuleiro político, mas que paga o preço de ser continuamente taxado como um “propagador de discórdia”.

Essa volatilidade torna qualquer aliança com ele um risco. Apoiar Othelino ou receber seu apoio, ao que parece, nunca é garantia de estabilidade, já que o deputado não hesita em trocar de lado sempre que os benefícios se mostram mais promissores em outro campo.

Othelino Neto, com seu histórico de movimentações políticas que frequentemente deixam aliados à deriva, representa a figura emblemática de um político que molda seu caminho pelo cálculo estratégico e pela conveniência momentânea.

No entanto, a recorrência de traições tem diminuído sua confiabilidade entre aliados e grupos políticos. Resta saber se essa postura continuará funcionando em um cenário político cada vez mais exigente e se sua possível aliança com Eduardo Braide será, mais uma vez, apenas mais um passo em sua jornada de rupturas oportunistas.

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