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A insignificante “Tomada do PSB” no Maranhão: muito barulho por nada

Nas últimas horas, a política maranhense tem sido tomada por um enredo fabricado por setores da mídia alinhada ao grupo dinista, que insiste em transformar em “fato extraordinário” uma movimentação já prevista: a mudança de comando no PSB no Maranhão. A senadora Ana Paula Lobato, esposa do deputado estadual Othelino Neto, assumiu a presidência estadual do partido, anteriormente comandado pelo governador Carlos Brandão. Mas, diferentemente do que esses setores tentam pintar, a mudança nada mais é que uma etapa irrelevante de um processo de esvaziamento que já está em curso de planejamento natural dentro da sigla no estado.

A mudança de comando no PSB não deveria ser vista com tanta pompa, porque o partido, na projeção de futuro do cenário estadual, pouco representa. Na prática, a sigla já vinha perdendo força política e articulatória, mesmo antes da troca de presidência. O enredo midiático de uma “tomada histórica” do PSB ignora uma constatação simples: o partido se esvaziará de tal forma que a transformação em uma legenda quase periférica no cenário maranhense é questão de tempo.
A realidade é dura, mas evidente. A reconfiguração política liderada pelo governador Carlos Brandão deve culminar em sua filiação a partidos maiores e mais influentes na atualidade, como a União Brasil ou o MDB, levando consigo a maior bancada da Assembleia Legislativa. Entre os desertores do PSB está ninguém menos que a presidente da Casa, Iracema Vale, deputada mais bem votada do Maranhão, além de diversos deputados estaduais e prefeitos que já mostram sinais claros de que acompanharão Brandão em sua migração. E não, não! O PSB não conseguirá manter influência sem essas lideranças de peso.

O que surpreende é como setores próximos ao grupo dinista tentam transformar essa alteração interna em um feito digno de nota, como se representasse uma grande vitória política para Ana Paula Lobato e para o PSB. Na verdade, o contrário é mais provável: a mudança de comando está mais para um ajuste administrativo do que para qualquer avanço estratégico. O partido parece já saber que seu espaço está condenado a uma irrelevância maior no xadrez político estadual, e a troca do comando é reflexo da necessidade de acomodar atores políticos que ainda restam na sigla.

Trata-se de uma tentativa desesperada de inflar a relevância de algo que claramente não impacta o equilíbrio de forças no estado. Sem a ampla base de lideranças e sem a capilaridade de deputados e prefeitos, o PSB no Maranhão se resume a um discurso vazio e à sombra de seu passado recente, quando podia dividir protagonismo com outras legendas. Agora, caminha para ser um partido fora do protagonismo, voltando para a pequenez.

No centro desse tumulto, é o próprio PSB quem mais perde. A legenda, antes ocupando um espaço importante sob o comando do governador Brandão, será reduzida a um símbolo de alianças frágeis e de um grupo político que perdeu o controle até mesmo de sua própria narrativa. Enquanto isso, os outros grandes partidos do estado, seja a União Brasil, o MDB ou o PL, apenas observam de camarote os ruídos de algo que já nasce enfraquecido.

A troca de comando do partido é, na prática, um reflexo do vazio de poder que o PSB enfrenta sem Brandão e sua base. Ana Paula Lobato herdou uma sigla sem musculatura, enquanto Brandão e suas lideranças caminham para novos abrigos partidários mais estratégicos e relevantes. A teatralização desse acontecimento pela mídia alinhada mais parece uma cortina de fumaça para camuflar a perda de relevância de um grupo que aposta suas fichas em alimentar até mesmo uma candidatura já falecida.

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