Denúncia no setor de transporte: práticas da Versatili geram preocupação entre profissionais e clientes
Empresa estaria atuando sem certificação de órgão estadual
Uma situação preocupante vem chamando a atenção de especialistas e agentes do setor de transporte nos últimos meses. A empresa Versatili, atuante em diferentes modais de transporte, tem adotado práticas que, segundo fontes do setor, colocam em risco a sustentabilidade e a credibilidade do seguimento de mercado.
Valores abaixo do mercado e riscos à concorrência
De acordo com denúncias recebidas pela reportagem, a Versatili tem ofertado serviços com valores muito abaixo dos praticados normalmente pelo mercado. Embora à primeira vista isso pareça vantajoso para os contratantes, especialistas alertam que essa estratégia pode gerar desequilíbrio no setor, dificultando a manutenção de estruturas operacionais robustas por parte das concorrentes e comprometendo a qualidade dos serviços prestados a médio e longo prazo.
“A prática de preços artificialmente baixos pode provocar um efeito dominó, desestabilizando o mercado e desvalorizando a atividade de transporte como um todo”, destaca um analista do setor logístico ouvido pela reportagem, que preferiu não se identificar.
Falta de experiência e contratos estratégicos
Outro ponto que levanta preocupação diz respeito à equipe técnica da empresa. A Versatili estaria contratando, de acordo com as denúncias, profissionais sem a experiência necessária para atuar em negociações de alto impacto, especialmente no fechamento de contratos estratégicos com grandes indústrias e mineradoras. A busca por novos clientes, segundo apuração, estaria sendo feita “a qualquer custo”, sem os devidos critérios de planejamento operacional.
Essa conduta pode acarretar falhas na execução dos serviços e problemas na gestão logística, tanto para a própria Versatili quanto para seus contratantes.
Ausência de certificado MOB: risco regulatório confirmado
Um dos pontos mais graves apurados envolve a atuação da Versatili em setores regulados sem a devida certificação exigida. A empresa não possui o certificado da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB).
A ausência do documento foi confirmada após análise de registros e consulta direta aos órgãos reguladores. O documento que comprova a falta de certificação está anexado a esta reportagem.
Apesar disso, a empresa tem fechado contratos com grandes players como a Vale e a Alumar, o que expõe essas companhias a riscos regulatórios e pode resultar em sanções ou multas, caso as irregularidades sejam identificadas por auditorias externas ou fiscalizações da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e demais órgãos competentes.
Sustentabilidade e responsabilidade no setor
O episódio levanta um debate mais amplo sobre a responsabilidade compartilhada no setor de transporte. Profissionais do ramo reforçam que é papel de todos — empresas transportadoras, contratantes e parceiros — assegurar que os contratos sigam padrões técnicos, legais e de segurança.
“A sustentabilidade do setor depende da transparência, da profissionalização e da conformidade com as normas. Sem isso, todo o ecossistema é afetado”, alerta um consultor regulatório.
O blog está à disposição da empresa citada para eventuais esclarecimentos à respeitos das supostas irregularidades.