Agenda em Imperatriz frustra dinistas e expõe maturidade de Lula e Brandão
A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Imperatriz, nesta segunda-feira (6), teve impacto político maior do que o previsto — mas não exatamente aquele esperado por parte do grupo dinista. Entusiastas da pré-candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT) aguardavam, com grande expectativa, um gesto simbólico do presidente que pudesse sinalizar apoio ao projeto do grupo liderado pelo ex-governador Flávio Dino.
O gesto, contudo, não veio. Lula manteve um discurso estritamente institucional, centrado em temas de governo e na parceria federativa com o Maranhão, inclusive citando ótima relação pessoal com o governador Brandão. Longe de demonstrar alinhamento a qualquer projeto eleitoral específico, o presidente optou pela diplomacia e fez questão de reafirmar sua relação de confiança com o governador Carlos Brandão (PSB), a quem se referiu em tom de parceria e sintonia administrativa.
O mesmo tom foi utilizado pelo governador Carlos Brandão, que demonstrou maturidade política ao não transformar o evento oficial em um palanque de debates eleitorais.
A postura de Lula foi interpretada como um banho de água fria nas expectativas de aliados dinistas, que vinham tentando construir a narrativa de que o presidente estaria disposto a endossar a candidatura de Camarão à sucessão estadual. Em vez disso, o evento em Imperatriz terminou por reforçar a imagem de Brandão como o principal interlocutor político do Planalto no Maranhão.
Nos bastidores, o sentimento entre apoiadores de Camarão é de frustração. A ausência de um sinal político mais enfático foi lida como demonstração de que, por ora, o presidente prefere manter a unidade administrativa com o atual governador, evitando disputas internas que possam fragmentar a base aliada no estado.
Com isso, a agenda que prometia fortalecer o grupo dinista acabou se transformando em um palco de constrangimento e de reafirmação da força política de Brandão. O silêncio eleitoreiro de Lula — mais eloquente do que qualquer discurso — reposiciona o tabuleiro político maranhense e impõe novos desafios à estratégia do grupo que tenta, a todo custo, viabilizar o nome de Felipe Camarão para 2026.