Após perder cargos e vantagens, PCdoB “descobre” irregularidades no Governo Brandão
O que antes era silêncio cúmplice, agora virou discurso moralista. O PCdoB, que até pouco tempo integrava com entusiasmo o Governo Brandão, com cargos, indicações e todo tipo de benesse política, resolveu “enxergar” irregularidades na escolha de Daniel Brandão para o Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Depois de ser autorizado pelo ministro Flávio Dino, ex-presidente do próprio PCdoB no Maranhão, a atuar como parte interessada no processo, o partido correu ao STF para protocolar uma reclamação contra o atual presidente do TCE. Alega fraude, questiona idoneidade e tenta levantar suspeitas de nepotismo. Tudo muito conveniente para quem perdeu espaço e influência no Palácio dos Leões.
A hipocrisia fica evidente quando se lembra que os quatro deputados do PCdoB na Assembleia Legislativa votaram favoravelmente à indicação de Daniel Brandão. Nenhum deles levantou objeção, dúvida ou suspeita. Pelo contrário: foi o próprio deputado Rodrigo Lago (PCdoB) quem levou o nome de Daniel à então governadora em exercício, Iracema Vale, selando o apoio político que garantiu sua escolha.
Enquanto o partido desfrutava de prestígio e cargos, nada via de errado. Mas bastou perder as vantagens e o acesso ao poder para que surgissem as “denúncias” e o discurso moralizador.
No Maranhão, já virou rotina: quando o grupo está dentro do governo, tudo é harmonia e legalidade; quando sai, tudo vira escândalo. Essa postura oportunista é o retrato mais fiel da velha política, aquela que não tem ideologia, apenas interesse.
E é exatamente esse tipo de incoerência que alimenta o descrédito popular. O PCdoB, que se acostumou com as benesses do poder, agora tenta posar de fiscal da moralidade pública. Mas o povo sabe distinguir zelo por justiça de puro ressentimento político.
