Deputada Edna Silva comete gafe ao “delegar” seu mandato a suplente e gera constrangimento
Um anúncio que deveria ser apenas protocolar acabou se transformando em motivo de constrangimento para a deputada estadual Edna Silva. Ao comunicar, nas redes sociais, que se afastaria temporariamente da Assembleia Legislativa, a parlamentar cometeu uma gafe ao afirmar que o suplente Sérgio Albuquerque “dará continuidade às pautas que temos defendido”, como se o mandato que será exercido nesses meses fosse, de alguma forma, extensão do seu.
A publicação pegou mal. Isso porque, em qualquer Casa Legislativa, os mandatos são independentes, não havendo qualquer subordinação, hierarquia ou obrigação de um suplente seguir a “linha” política do titular. Quando assume a cadeira, o suplente exerce mandato próprio, com total autonomia para apresentar projetos, adotar posições, coordenar equipes e seguir a orientação que considerar mais adequada à sua atuação parlamentar.
Ao insinuar que Sérgio Albuquerque deveria, obrigatoriamente, manter sua cartilha, Edna demonstrou desconhecimento de um princípio básico do funcionamento do Legislativo. Na prática, soou como se tivesse “esquecido” que não existe mandato tutelado — e que nenhum deputado é espécie de estagiário político do outro.
O trecho da mensagem que mais chamou atenção foi justamente o que sugere essa continuidade automática:
“Durante esse período, o colega Sérgio Albuquerque assume a cadeira e dará continuidade às pautas que temos defendido em favor do povo do Maranhão.”
A frase foi interpretada como uma tentativa de transformar o suplente em prolongamento político da deputada, como se seu mandato estivesse sendo apenas “emprestado” temporariamente. Nas redes, o comentário virou alvo de críticas e ironias, especialmente entre lideranças políticas e assessores mais atentos ao dia a dia da Assembleia.
Para muitos observadores, a gafe expõe certo amadorismo político e revela desconhecimento sobre a independência institucional dos mandatos. Sérgio Albuquerque, agora deputado em pleno exercício, tem liberdade para conduzir seu trabalho sem obrigação de seguir o roteiro deixado por Edna.
O episódio poderia ter passado despercebido, não fosse o deslize público da própria parlamentar que, ao tentar demonstrar organização interna e continuidade, acabou evidenciando justamente o contrário: um desconforto institucional e um constrangimento desnecessário sobre algo que é elementar no Parlamento.
